terça-feira, 8 de julho de 2014

a hard day's night

Fala meu povo! Tudo bem, tudo allright, tudo belezinha? Com certeza sim, né, tá tendo copa, tá tendo feriado, sombra e água fresca. Mas aqui na Inglaterra o bicho tá pegando, deixa eu falar pra vocês o por quê:

Bem, como já falei pra vocês, tou aqui pelo programa Ciências sem Fronteiras, estudando na De Montfort University. Até aí tudo beleza. Mas pra vir pra cá, a gente teve que fazer uma prova comprovando que sabemos inglês, e esse comprovante (no caso, a nota que tirarmos no teste) serve tanto pra universidade quando pra galera da imigração liberar seu visto. Tem-se uma nota de corte, e se você tira um pouco abaixo dela você vem, mas antes de estudar sua graduação tem que fazer um cursinho básico de inglês, de pode ser de 3 ou 6 meses. Foi o meu caso. Acabei dormindo no ponto e por 1 ponto não atingi a nota de corte, e por isso precisei vir aqui e passar 3 meses fazendo um curso chamado Pre-Sessional English Sessions (PSE). Se eu to triste porque minha nota foi baixa? Tou, é claro! Porque ela não foi mais baixa senhorrr, assim eu poderia passar mais tempo aqui!!


UM DOS PRÉDIOS DA DE MONTFORT UNIVERSITY
SÃO TODOS ASSIM, PODRES DE LINDOS


Brincadeirinhas à parte, o PSE é um curso de inglês bem mais puxado que os normais. Não sei ao certo, mas cerca de 50 estudantes brasileiros chegaram comigo pra fazer esse curso. Junto com a gente, chegou um navio com cerca de 789 bilhões de chineses (gente, sério, é muito chinês) pra fazer o cursinho também. Então a administração da universidade divide a gente em vários grupos pra assistir às aulas, com cerca de 5 brasileiros e 15 chineses em cada sala. A gente é separado dos amigos, o que é ruim mas na teoria era pra fazer bem, porque desta forma poderíamos praticar nosso inglês com os novos colegas chineses, o que não acontece, porque os chineses não entendem absolutamente nada de inglês. Nadinha winnie? N A D I N H A. Mas de alguma forma eles vão sair todos formados daqui.

O PSE acontece de segunda à sexta, das 10 às 12 e das 13h às 15h. Pausa de apenas uma hora pro almoço porque como eu já disse pra vocês, os ingleses não estão nem aí pra almoço, então eles só sentam e tomam um chá ou comem um sanduíche frio. Pros brasileiros essa pausa é um horror, porque além de comer arroz e feijão a gente gosta de conversar e se puder dormir depois do almoço, mas não tem problema, a gente dorme na sala de aula (mãe e pai, brincadeirinha :D). 



HUGH ASTON BUILDING, ONDE ACONTECE A MAIORIA DAS AULAS DO PSE
 (as minhas não são aí, são num prédio bem escondidinho)


Os dias estão passando extremamente rápido porque além das aulas a gente tem que se organizar e comprar tudo pra casa: fazer supermercado (pra parar de comer na rua, que custa muitíssimo caro)  e comprar de panela à pano de chão. Ainda tem as burocracias: se matricular na universidade, se cadastrar no SUS daqui, se cadastrar na polícia, assina isso, assina aquilo, vai aqui, vai ali e morre de cansaço no final. Leicester, é uma cidade bem pequena, então a gente faz tudo andando, mas minha acomodação (que se chama Filbert Village) é a mais longe do centro da cidade e do campus, então nesses 11 dias que estou aqui já andei o equivalente à distância do Maranhão à São Paulo.  Pra aliviar, comprei uma bicicleta pra ir às aulas porque eu também sou filha de Deus.

Pra completar o cansaço, demorei muito tempo pra desapegar do fuso horário do Brasil. O fuso aqui é o 0, horário de Greenwitch, e ainda tá tendo horário de verão, por isso a diferença é de 4 horas a mais. Mas não é de um dia pro outro que a gente chega aqui e decide acordar e dormir 4 horas a menos, o relógio biológico dá uma bugada de leve e a gente vira zumbi, dormindo super tarde e tendo que acordar muito cedo. Além disso, quando a gente vai dormir aqui ainda é cerca de 17-20h no Brasil, aí a gente fica querendo conversar com a família até altas horas.



ALÉM DE QUERER VIVER NO FUSO HORÁRIO DO BRASIL,
O DIA DURA MUITO MAIS E SÓ ANOITECE ÀS 22H,
AÍ A GENTE FICA ACHANDO QUE É DIA
 E FICA BATENDO PERNA ATÉ ALTAS HORAS DA NOITE.
RESULTADO: CANSADA.


Pra resolver todos esses problemas e aliviar o cansaço, nada como uma boa noite de sono. No final de semana dormi até tarde e finalmente me adaptei. As burocracias finalmente parecem ter acabado e a casa está devidamente equipada com comida e utensílios domésticos. Os dias finalmente estão rendendo mais, tou tendo tempo até pra respirar e escrever este bendito blog que estava jogado às traças, vejam só. Vou-me indo que daqui a pouco tem jogo do Brasil e a gente tem que mostrar nosso valor. Vlws flws

PS: apesar de não entenderem nada de inglês, os chineses são muito amigáveis e adoram os brasileiros (as meninas adoram mesmo os brasileiros), são ótimos colegas de classe e adoram estar na Inglaterra, porque lá na China eles são bem presos, tadinhos.

PS2: esse foi um post bem cansativo, me desculpem, mas não percam o próximo, sobre Leicester. Ainda não tive tempo de turistar, então relaxa aí. absos e vai Brasil!!!!!!!!!111

quarta-feira, 2 de julho de 2014

hello goodbye

Mudar radicalmente de vida é algo bem difícil. Não vem com um manual de instruções, tudo o que se tem que fazer é viver o momento e tenta passar por aquela situação o mais sabiamente possível. Pois bem, meus caros, eu mudei radicalmente de vida há exatamente 8 dias, e tou aqui pra contar pra vocês como tá sendo tudo isso e quais minhas expectativas pro futuro.

Há alguns meses, me candidatei a uma vaga pelo programa Ciência Sem Fronteiras na De Montfort University, localizada em Leicester, Inglaterra. Em abril descobri que o pessoal daqui gostou do meu currículo e recebi uma oferta para estudar. Aceitei a oferta, arrumei minhas malas e aqui estou eu, na terra do Big Ben, da rainha Elizabeth e é claro, dos Beatles (daí o nome do blog)!!

Bem, cheguei em Londres na quarta, dia 25, e fui direto conhecer as belezas da cidade. Minha gente, Londres é gigante, tudo tem história! Então se tiver afim de conhecer, acorda cedo, dorme tarde e corre pra dar tempo de ver tudo! Fui na estação de metrô, comprei um Oyster Card (nome do cartão de vale transporte de lá), carreguei o suficiente pra 3 dias e peguei pela primeira vez o famoso ônibus vermelho de 2 andares: partiu Big Ben! Desci num ponto de ônibus na ponte de Westminster, sobre o rio Tâmisa. A vista é impagável:


CHOREEEEI LARGADO

A London Eye e o Big Ben são bem pertinho um do outro, só separados pelo rio. Do lado do Big Ben fica o parlamento, e pertinho o do parlamento fica a Abadia de Westminster (isso mesmo, o local onde a princesa Diana casou e foi velada!!!). Eram 11h da noite e fava todo mundo morto, então fomos comer num Mc Donalds em frente a essa paisagem. Chorei demais nessa hora. Como assim meu povo, a gente em Londres comendo big mac em frente ao Big Ben!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Mó lindão (ps: o Rio Tâmisa não cheira tão bem, talvez por causa das centenas de anos sem saneamento em Londres, mas com o tempo acostuma e você volta a amar ele de novo).

No dia seguinte acordamos cedo e fomos na Oxford Street à pedido das meninas do grupo: a Rua Grande de Londres, onde todo mundo vai pra comprar e satisfazer o consumismo (só pra constar: fui numa loja apple e fui atendida por um vendedor que nunca viu uma escova de dente na vida e que aparentemente não sabe o significado da expressão "slow down", porque ele falava cerca de 779 palavras por segundo. Numa segunda visita, aprendi que isso é um costume da lojas apple daqui, e todos os vendedores falam rápido apesar de você deixar bem claro de que não faz a mínima ideia do que eles estão tentando dizer). Saindo da Oxford St, era hora de voltar ao Big Ben, desta vez de dia, e tirar aquela boa e velha selfie, disputando a calçada com cerca de 9 bilhões de turistas tão embasbacados quanto euzinha. O Big Ben é lindo demais, minha gente.

PAS-SA-DA

Não tínhamos muito tempo, mas queríamos muito dar um passeio na roda gigante e fazer um mini tour no rio. Pagamos nada baratos 29 pounds (mais de 100 dilmas) e embarcamos na que foi, na minha opinião, a melhor experiência em Londres: o passeio de barco pelo Rio Tâmisa (essa é a hora em que você se acostuma com o cheiro do rio e já tá achando ele a coisa mais linda deste mundo). O barco faz um tour gigante pelo rio, enquanto o guia vai contando a história de cada pedacinho das construções à beira do rio. Cada coisa tem uma história mesmo, cada ponte, cada pedra, cada buraquinho. As explicações nos levam a uma Londres marcada por guerras e 2 incêndios enormes, porém, nos mostram também uma Londres que levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima, se reerguendo ainda mais bonita após cada tentativa de destruição. Infelizmente o tempo passa muito rápido e quando acaba a vontade é de se jogar no rio e não sair dali nunca mais.

É NOIS NESSE CRUZEIROOOO
(saca o parlamento grudadinho no Big Ben, minha gente)


Depois partiu passear na London Eye, uma roda gigante que dá pra ver a cidade inteeeeira. Recomendo ir nela depois do passeio de barco, porque assim dá pra identificar os pontos que o guia falou. Como é enorme e vai girando bem lentamente, a volta completa demora cerca de 30min, então dá pra curtir bastante sem náuseas (mas não olha pra baixo).

EU, O BÊ, A LA, A LI, A FER, A RÊ E A BELA
(lindíssimos mddc)

Dia seguinte: último dia em Londres porque de tarde tem a ida pra Leicester, a cidade onde to morando. Pulamos da cama e fomos ver a troca da guarda no Palácio de Buckhingam, que também dá pra ir andando do Big Ben. Fizemos confusão e acabamos vendo só uma parte da troca da guarda. O espetáculo principal fava correndo em outro lugar, e quando nos demos conta já era tarde, mas pelo pelos pudemos atravessar um parque lindíssimo (igualzinho no Brasil). Mas Londres é logo ali, depois a gente volta e aí sim, vamos ver tudo e vai ter fotos e mais fotos.
OS CARA FICA LÁ PARADÃO

Já era meio dia e nossa viagem pra Leicester era às 14h. Saímos correndo pra comer alguma coisa e partiu Leicester. Pra Londres, não um tchau, mas um até logo, porque ainda tem muita coisa pra conhecer e muito dinheiro pra gastar nesta cidade nada barata, mas muito linda, sem dúvida o melhor lugar que estive até hoje. Ainda é inacreditável pensar que tou realmente aqui. You say goodbye, and I say hello. No próximo post, as primeiras impressões sobre Leicester, minha nova casa. Vlw flw

Nota: as pessoas de Londres são muito legais e prestativas, com destaque ao cara que pesquisou no celular onde era o Banco do Brasil pra gente, que fava perdido.

Nota 2: aqui na Inglaterra as pessoas não comem direito, e não dão o mínimo valor pra almoço. Alguém já te disse que aqui tem a pior comida do mundo, essa pessoa não estava mentindo. A comida é ruim porque eles não dão a mínima pra cozinhar e comer. Sofri pra caramba tendo que almoçar sanduíche frio, salada ou Mc Donalds, até que no 3o dia o corpo não aguentou e eu passei mal de verdade (mas já tou bem, mãe e pai!!). Se tem alguém querendo vir pra cá, é bom preparar o estômago além do bolso ): flwss